AVE - Associação Vimaranense para a Ecologia apelou à suspensão da adjudicação do projecto do novo parque de estacionamento, no quarteirão das ruas da Caldeiroa, Liberdade e Camões.

A AVE - Associação Vimaranense para a Ecologia apelou à suspensão da adjudicação do projecto do novo parque de estacionamento, no quarteirão das ruas da Caldeiroa, Liberdade e Camões.

Em comunicado, a associação considera que não está fundamentada em estudos credíveis a necessidade "de aumentar o número de lugares de estacionamento automóvel em Guimarães, dado que não existem, ou não foram ainda tornados públicos, dados concretos sobre a ocupação actual dos parques de estacionamento existentes no centro da cidade e na sua periferia".

Alertando que "não se encontram esclarecidos os impactes previsíveis do novo parque de estacionamento, quer durante a fase de construção, quer durante a fase de exploração, nas condições de vida dos residentes e na circulação de veículos e pessoas nas vias adjacentes ao local de implantação", a AVE salienta que "não existe compatibilidade entre a envergadura do projecto e a sua implantação num local cujos acessos de entrada e de saída serão feitos em zonas sem dimensionamento adequado para a carga automóvel prevista".

Na mesma nota enviada à nossa redacção, a AVE manifesta discordância "da pretensão de situar o novo parque no logradouro existente no interior de um quarteirão histórico, constituído por antigos quintais, dado que: o revestimento vegetal do logradouro e o seu solo permeável contribuem para a regulação ambiental da cidade, em termos climáticos e hidrológicos, e de redução do ruído e da poluição atmosférica, sendo também refúgio para a biodiversidade em meio urbano".

"A pretensão de localização do novo parque de estacionamento evidencia uma lacuna no atual Plano Director Municipal, respeitante à Estrutura Ecológica Urbana, que não integrou os logradouros existentes no interior dos quarteirões, os quais têm vindo a ser "transformados" para outros usos, como sucedeu na Avenida de São Gonçalo, junto à Casa do Proposto (transformação de logradouro verde em parque de estacionamento) e na Rua de Santo António, no edifício do Património Municipal onde se encontra instalada a Associação dos Reformados (destruição de jardim para instalação de empedrado)", acrescenta, justificando que "de acordo com o Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de Maio, e respectiva Declaração de Retificação n.º 53/2009, de 28 de julho, os logradouros, embora não sendo abrangidos pelo conceito de espaços verdes de utilização colectiva, podem integrar a estrutura ecológica em solo urbano, desempenhando funções de proteção e valorização ambiental".

A AVE considera que a apresentação pública deste projecto "remete para questões de fundo sobre a mobilidade em Guimarães, cuja abordagem se encontra ainda por fazer, de forma alargada à participação pública", apelando à suspensão da adjudicação do projeto do novo parque de estacionamento e considerando que "é necessário e urgente abrir um processo de discussão pública sobre as questões de fundo relativas à mobilidade em Guimarães, numa perspectiva de longo prazo".

 

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