CRISE NO VITÓRIA: Conselho Fiscal considera «insultuosas» afirmações de João Cardoso

Recorde-se que João Cardoso foi muito crítico com a posição assumida pelo Conselho Fiscal, que na noite de segunda-feira emitiu um comunicado onde revela, entre outras coisas, que o passivo do Vitória já ultrapassou os 19 milhões de euros. Disse mesmo que a atitude daquele órgão, liderado por Amaro Costa e Silva, “é um caso médico”, já que horas antes o vice-presidente do Conselho Fiscal, Raúl Rocha, mostrou-se favorável à continuação em funções da Direcção de Emílio Macedo da Silva.

O Conselho Fiscal responde, acusando João Cardoso de «afirmações insultuosas» e negando que não tenham  renunciado aos cargos que ocupam na reunião da última segunda-feira. 

Leia o comunicado na íntegra:

Esclarecimento do Conselho Fiscal do Vitória Sport Clube

O Presidente da Assembleia Geral do Vitória, em Conferência de Imprensa, teceu críticas e produziu afirmações insultuosas ao Conselho Fiscal no seguimento do comunicado emitido no passado dia 3 e divulgado no passado dia 6.

O Conselho Fiscal vem lamentar que o Presidente da Assembleia Geral do Vitória se pronuncie sobre tomadas de posição de um órgão com a mesma legitimidade que aquele que representa, abandonando a posição que devia ser de independência e distanciamento do exercício das competências dos diferentes órgãos sociais.

O Conselho Fiscal lamenta igualmente que o Presidente da Assembleia Geral do Vitória venha divulgar posições assumidas numa reunião interna dos Presidentes e Vice- Presidentes dos órgãos sociais, quebrando a confidencialidade dessas reuniões.

Os membros do Conselho Fiscal presentes nessa reunião assumiram exactamente, nos mesmos termos que os representantes dos restantes órgãos, a sua renúncia às actuais funções, quando o Presidente da Assembleia Geral do Vitória declarou aceitar o pedido de demissão que lhe foi apresentado pelo Presidente da Direcção. É portanto falsa a afirmação do Presidente da Assembleia Geral em Conferência de Imprensa ao afirmar que os membros do Conselho Fiscal não se demitiram.

O Conselho Fiscal aceita a afirmação de que sofremos de um “caso médico”.

Será uma doença do sofrimento vitoriano de que padecemos desde a infância, porque todos os membros do CF são sócios antigos.

Nesta crise de interrupção do mandato, quando vemos ruir um projecto em que acreditávamos, os membros do Conselho Fiscal estão muito preocupados com o futuro do clube. Não estão preocupados apenas que chegue 31 de Março para se libertarem do fardo e das responsabilidades a que foi conduzido dolorosamente o nosso Vitória, mas sim no encontro de soluções válidas e credíveis que retirem o clube da actual situação.

Por último, o Conselho Fiscal rejeita a afirmação de que o seu comunicado revela um mal estar no seio dos órgãos sociais. No dia 2 de Fevereiro informamos o Presidente da Assembleia Geral de que iríamos divulgar uma posição. Solicitou-nos que esperássemos pelo dia 6, ao que acedemos. Mas esta nossa posição crítica foi sempre expressa, desde o início do mandato, em vários documentos, os quais mereceram, em alguns casos, as felicitações particulares do Presidente da Assembleia Geral.

Foram contínuos alertas apresentados de uma forma consistente e independente que visaram apenas, como o último comunicado, contribuir para todos os associados conhecerem a realidade do clube, continuando nós à disponibilidade de todos e das várias candidaturas para a mais ampla informação.